Centro Internacional das Artes José de Guimarães

Foto - Carla Mota
Foto: Carla Mota

 

As declarações de ambos (Domingos Bragança e André Coelho Lima) são completamente deslocadas da realidade. São injustas, extemporâneas e, em última análise, politicamente irresponsáveis. O CIAJG não é um projeto falhado e muito menos está à deriva – a programação é de uma qualidade e coerência intocáveis e reconhecida no meio artístico nacional. Mas para perceberem isso os políticos tinham que entender qualquer coisinha sobre arte. Não sabem. Tinham que frequentar o centro também. E, excetuando o período pré-eleitoral, não creio tê-los visto por lá.

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“Os vimaranenses querem dar o seu contributo”, diz, prometendo nomear um “grupo de reflexão” sobre o centro constituído por “conhecedores da cultura em Guimarães”. O erro não podia ser mais rotundo. Este é um centro internacional, voltado para fora, destinado a fazer Guimarães relacionar-se com o tecido artístico nacional e do resto do mundo.

Seria a morte do CIAJG, na sua dimensão internacional, que esta reflexão fosse feita localmente. Guimarães já olha suficientemente de dentro para dentro. Obrigar o seu projeto artístico mais cosmopolita a render-se a esta lógica provinciana seria uma cedência de uma gravidade imensa.

Samuel Silva no Reflexo.